segunda-feira, 6 de julho de 2015

Casa destruida

            Imaginemos. Certo dia, após muito tempo de pesquisa, compramos um terreno. O consideramos ideal para nosso sonho. Então trabalhamos arduamente e construímos uma casa dos sonhos. Nela há tudo que um dia sonhamos e desejamos. Nem um só tijolo, nem um só azulejo, nada do que há nela não é da forma que pensamos. Suas cores de cada cômodo são perfeitas aos nossos olhos. Quando finalmente a terminamos nossos olhos brilham de tanta satisfação. Porém precisamos viajar por um período de 1 ano. Então deixamos a casa a ser cuidada por uma pessoa muito especial, que temos total confiança. Deixamos com esta pessoa algumas regras de cuidado e zelo para que para neste curto espaço de tempo a casa se mantenha nas mesmas condições de quando saímos. E deixamos um último aviso, se quando voltarmos a casa estiver na mesma condição, a entregaremos para a pessoa.
            Então passa-se 1 ano e voltamos. Ao chegar mal podemos acreditar. O estado em que a casa se encontra está totalmente horrível. A beleza se foi. As regras não foram seguidas. A casa está uma bagunça. Algumas coisas já não funcionam mais. Outras funcionam a base de remendos. Alguns cômodos não tem luz, outros tem goteira. Alguns buracos foram tapados com massa, outros estão a vista dos olhos. Algumas paredes estão sujas, outras estão como se uma patrulha de crianças tivesse passado. Em alguns lugares do quintal a grama secou, em outros a grama virou capim. De tudo o que tínhamos deixado como regra de conservação, nada foi feito. Não há um só cômodo limpo, todos estão sujos. O que antes era uma casa dos sonhos agora é a casa do horror.
            Responda a si agora, em uma situação destas, você entregaria a casa para a pessoa ou a destituiria do direito? Sem hipocrisia é claro que sabemos que o despejo seria a resposta de todos nós. Então, se nós que ainda adoramos um tal de “jeitinho brasileiro”, se nós que relevamos muitas falhas, se nós que somos falhos, tiraríamos a pessoa da casa aos berros, porque queremos acharmos no direito de receber a casa do céu que Deus tem para todos, se não conservamos a casa na terra? De que casa estamos falando? A nossa casa, o nosso corpo (leia 1 Coríntios 6:19).
            Deus nos formou, nos deu vida e nos deu regras para conservarmos este corpo, esta vida. Ele nos fez com zelo e amor. Viu nossa formação com os olhos brilhando. Constituiu em nós coisas maravilhosas e perfeitas. E nos deu a chave para cuidarmos desta casa do Seu Espírito. Porém não usamos Suas regras. Vimos que há muitas outras coisas que podem ser feitas. Usamos nosso corpo para satisfazer nossas vontades, ainda que as regras da casa não permitam. Cigarros, bebidas, sexo fora do casamento, traição, maldade, fofoca, drogas, brigas, falta de perdão, mentiras e muito mais, assim vamos entulhando a casa que Deus nos deu. Aos poucos a grama vai secando, aos poucos o capim vai tomando conta. Aos poucos vamos dando jeitinhos. Aos poucos as paredes vão ganhando rabiscos. A casa vai se transformando e mal percebemos. Nem percebemos o cheiro de podre que toma conta da casa. Tudo o que queremos é usar e abusar do que a casa pode oferecer. Queremos mesmo são as festas, as orgias. Queremos mesmo é nos deliciar na piscina do pecado e não nos importamos mais com a água esverdeada. Os portões já ficam abertos todos os dias para aqueles que vem com diversão.
            Agora sejamos ao menos uma vez na vida sinceros e francos conosco. Há como crer de que no dia em que Jesus voltar para ver a casa, teremos lugar no céu? “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” (Hebreus 12:14). Não há jurisprudência. Não há jeitinho. Não há asterisco. Não há linhas menores. Não há definitivamente nada que nos leve ao céu que não seja a santificação a Deus. E o que é santificação? Resumido. Ler as regras da casa e segui-la.
            Como está sua casa hoje? Qual o tapete que esconde a sujeira dos seus pecados? O que há no porão da sua casa? Hoje decida olhar o manual, ainda dá tempo de arrumar a casa. Não deixe para o último dia o que deve ser feito hoje. Pare de acreditar que Deus é bonzinho demais para aceitar tantos erros. Deus é amor, mas também é justiça. Acreditar que nossa casa suja nos levará ao céu é o mesmo que crer que pular sem pára-quedas não nos levará á morte.

“Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como restolho; o dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo.”

Malaquias 4:1



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