quarta-feira, 18 de março de 2015

O amor que eu não quero

                Havia um mendigo numa cidade. Ele vivia vagando pela cidade. Consumia o que sobrava dos banquetes que as pessoas faziam. Alguns até o davam banho, faziam sua barba e lhe davam roupas e cobertores, mas isso era em datas especiais. Algumas pessoas conversavam com ele, lhe demonstravam intimidade, mas era só impressão, logo o esqueciam entre as várias esquinas que ele vivia. Em dias de festa na cidade as pessoas que vinham de outras localidades até lhe eram generosas, mas logo elas iam embora. De vez em quando alguns outros mendigos lhe faziam companhia, então ele desfrutava um pouco de calor e prazer que os outros lhe davam. Mas sempre o final era o mesmo, ou os mendigos iam embora ou lhe batiam e roubavam o pouco que tinha. Seu sonho era ter uma casa, e para isso ele guardava cada centavo que ganhava, mas sempre algo lhe acontecia e ele tinha de usar o pouco dinheiro que tinha.
                Certo dia o governador daquele país ficou sabendo da história do mendigo. Então o seu coração se encheu de amor. Deixando todos seus afazeres ele correu para a cidade. Lá chegando foi diretamente ao mendigo e então lhe ofereceu para morar com ele, ter uma nova vida. Ele ganharia uma casa só sua. O mendigo aceitou.
                No tempo em que o mendigo morou com o governador ele descobriu que o seu alimento não era mais a sobra, mas sim um banquete diário. Banho, higiene pessoal e roupas gostosas ele tinha diariamente. Sua casa era modesta, mas nunca algo lhe trouxe tanta alegria. Todos os dias o governador conversava com ele. O amor e a amizade que o governador tinha por ele era algo que enxia o coração daquela pessoa. Nas festas do governador ele não era qualquer um, sempre era um dos convidados especiais. Outras pessoas moravam com o governador e eles eram todos amigos, sempre um ajudando ao outro. Mensalmente o governador lhe dava presentes e o seu dinheiro sempre estava bem guardado, e dia a dia só crescia.
                Mas havia algo naquela pessoa. Ele sentia falta da cidade.Mas a ordem expressa do governador era para que não voltasse para a cidade. Além disto ele se sentia desconfortável com as regras do governador. Para tudo havia uma conduta a ser seguida. Inicialmente o governador lhe disse que as regras era para que se mantivesse a harmonia e para que todos pudessem ser felizes, mas com o tempo as regras começaram a pesar seu coração. Logo ele se viu pensando na velha cidade. Na vida sem regras. Então ele decidiu voltar. Deixou tudo. Deixou o amor do governador e voltou a ser mendigo.
                Talvez ao lermos essa história tomamos como conclusão de que o mendigo foi um estúpido. Como pode uma pessoa que não tinha nada, ter tudo, e ainda assim, apenas por algumas regras, decidir voltar a não ter nada?? Talvez pensemos assim. Mas e quantos de nós não somos hoje o mendigo da história???! Quantos de nós decidimos por viver longe de Deus apenas porque existem algumas “regras”??! Quantos de nós se interessam mais pela vida, apenas porque nela podemos fazer o que queremos??!
                Deus nos ama. Deus, o governador da nossa vida, não deseja que vivamos na cidade como o mendigo, pois o que a cidade pode nos oferecer é isso, migalhas, amizades por interesse e sonhos que sempre se esvaem por um ralo. Não fizemos nada para morar com Deus, mas ainda assim Ele deseja que estejamos em Sua casa. Regras?? Não, não são regras. São sinais de amor. Sinais de preocupação. Hoje o governador quer te levar pra morar com Ele, você aceita??

Um dia abençoado

“não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo Sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo,”

Tito 3:5



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