terça-feira, 9 de maio de 2017

A festa da morte

"Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus."
Daniel 5:30

    Nabucodonosor não era mais rei. Já havia morrido e seu filho Belsazar estava agora no trono. Belsazar não era ignorante, também havia de certo modo participado e visto tudo o que Deus havia feito no tempo do reinado de seu pai. Ainda assim, não esqueceu-se, mas decidiu que viveria a seu modo, a seu prazer, a seu poder e majestade. Certa noite resolveu fazer uma festa. Chamou a dedo seus convidados. A festa estava tão boa que a certa altura Belsazar mandou que trouxessem vasos, jarros e copos que haviam sido tirados do templo de Deus em Judá e trazidos para a Babilônia á sua festa. Então, o rei viu uma mão escrever palavras. Ninguém as compreendeu. Mas foi chamado Daniel. E este revelou que o rei morreria. Na mesma noite, ainda com a festa acontecendo, Dario invadiu a Babilônia e matou o rei. 
    O ano era 2013. A noite era agradável. Jovens se reuniram na boate Kiss, no interior do Rio Grande do Sul, para comemorar suas conquistas. Mais de 200 jovens morreram. Uma festa que começou com alegria e sorrisos e que terminou em desespero e morte. 
    Mais de dois mil anos se passaram entre estes fatos, mas ambos são muito parecidos. E ainda hoje podemos afirmar que muitas pessoas diariamente caem nesta mesma cilada. A festa da morte. Sim, pois diariamente nos colocamos a festejar nosso pecado. Passamos pela vida, sem ignorância alguma, sabendo que Deus nos adverte sobre como devemos viver, mas queremos festejar nossos passos errados. Temos tempo para tudo, menos para Deus. Se somos convidados a uma festa, logo temos o vestido perfeito, a alegria no rosto, o cansaço se vai, o copo na mão, e está tudo certo. Se somos convidados para bendizer e glorificar ao nome de Deus, até uma unha encravada ganha destaque. Nos esforçamos ao máximo para fazer "aquela" viagem maravilhosa, mas não levantamos o dedo mindinho para viajar ao encontro de Deus. Mas não pensemos que o pecado é ir a festas, claro que não é. Também usurpamos e achincalhamos com as coisas de Deus. Ele nos dá saúde, e a usamos apenas para benefício próprio. Ele nos dá visão, e a usamos apenas para ver coisas que Ele abomina. E assim a lista vai ao longe. Vivemos diariamente na nossa festa da carne. Caímos no pecado do sexo, rodeamos nossa vida com os muitos jeitinhos brasileiro. Somos tão sacanas com Deus que usamos a Sua própria Palavra para argumentar e arranjar falsos atributos e falsas doutrinas que nos dão maior poder sobre a graça Divina e uma divindade nova á misericórdia de Deus. [Aqui um rápido adendo, como diria um amado advogado amigo meu: "Estamos livres de guardar a Lei enquanto ela constitui um meio para sermos aceitos por Deus, porém estamos obrigados a guardá-la enquanto ela constitui o caminho para a santidade." (Hernandes Dias Lopes)]. 
    Então as perguntas a nos fazer hoje são: Como anda minha festa? Por qual caminho estou festejando? Será que vejo tão somente o Deus é amor? Será que a minha visão da graça de Jesus não é na verdade a desgraça (falta de graça) da minha vida? O que estou fazendo com as coisas que Deus me entregou? 
    Ainda há tempo para nós festejarmos sim, mas da forma que agrada a Deus. Não brinque com quem é Santo, Perfeito e Único. Da mesma forma que Seu amor e misericórdia são imensos Sua ira e Sua justiça são enormes. Saia da festa da morte e caia na festa da vida. Certamente você verá o quanto vale a pena estar na presença de Deus.




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