Uma
das músicas brasileiras mais conhecidas de todas as gerações é a “Faroeste
caboclo” do grupo Legião Urbana. Cultuada pela juventude na década de 80 e
passada de geração a geração. Não há quem sequer não tenha ouvido ao menos
falar sobre tal música. Até filme foi originado pela música. Algo que fugia
totalmente dos costumes de sucessos musicais aconteceu: muita longa, nada de
refrão e apenas uma história contada; ainda assim arrebatou todas as idades.
Ainda hoje há os que conseguem cantá-la sem erros.
São
aproximadamente um pouco mais de 9 longos minutos de uma história recheada de
fortes emoções. Um homem que, desde menino buscou vencer a vida que sempre se
opunha a ele. Um homem que não apenas fugiu de seu “destino”, ele fez seu “destino”.
Envolvido com tráfico, com um amor inesperado. No fim, uma morte. Sua vida se
foi e tudo o que ficou de lição ao fim da história é que todas suas tentativas
foram frustradas. No fim uma morte trágica veio lhe buscar e mostrar de que
todos os seus anos vividos de malícia, de tentativas cada vez mais sujas de
vencer na vida, de pagar o preço necessário para se alcançar os sonhos e
objetivos, de nada lhe deram resultado. João de Santo Cristo não conseguiu
jamais ter o que queria ter, uma vida de verdade.
Mas
esta história não é nova. Renato Russo não teve uma genialidade inovadora.
Simplesmente houve um arremedo de uma história contada á mais de dois mil anos
atrás. Jesus foi quem contou a verdadeira história (leia Lucas 15:11-24). Nela,
Jesus conta sobre um filho de um pai muito rico que após um período decide que
sua vida não era boa. Então decide cobrar sua herança e ir para a cidade
grande, enriquecido, ser feliz. Depois de muito se esbaldar em tudo o que a
vida poderia lhe dar o jovem acaba ficando sem dinheiro, sem amigos, sem
ninguém. Então vai trabalhar cuidando de porcos. Depois de um tempo o jovem
finalmente percebe o quanto errou e decide voltar. Na volta, seu pai lhe recebe
com todo amor e lhe faz uma festa.
Uma
história. Dois caminhos. No relato de Jesus não se diz o que o jovem fez com
todo seu dinheiro para perdê-lo, mas é fácil saber o que aconteceu. Ele não
investiu em trabalho. Preferiu acreditar de que noites de farra seriam
intermináveis. Ele não procurou usar o seu dinheiro para criar uma família e
ter uma base firme, acreditou que era melhor ter muitas mulheres do que uma.
Largou sua família para se entregar á amigos, que logo se mostraram ser amigos
de seu dinheiro. É evidente que assim como a história da música o jovem da
parábola de Jesus também não mediu esforços para conquistar e viver aquilo que
ele dava como certo e que lhe traria felicidade. A diferença - o principal –
está em como as histórias se encerram. Se João de Santo Cristo morreu infeliz
por lutar tanto e não conquistar seus sonhos, o filho pródigo voltou a viver
feliz com seu pai por entender que dinheiro e as paixões do mundo no fim de
tudo, no fim da vida, são como vento, nada os segura.
Muitos
de nós hoje vivemos tal história. A decisão se terminaremos sendo chamados de
João de Santo Cristo ou filho pródigo só dependerá do que escolhermos. Muitos
de nós temos sonhos, sempre sonhos de alcançar riquezas, fama e poder, e para
isso não medimos esforços para conquistar, ainda que seja necessário agirmos na
prática do pecado, ainda que tenhamos de matar, roubar, mentir e nos esquecer
de Deus, assim faremos. Muitos de nós pegamos a herança que temos direito, a
vida, e fazemos com ela o que bem entendemos. Nos olhamos nus nos espelhos de
motéis. Nos embebedamos na busca de um sorriso mais gostoso. Conhecemos novas
drogas. Matamos, roubamos e mentimos. Traímos sem dor de consciência.
Incentivamos e também praticamos a prostituição, as orgias, o sexo liberalista,
o homossexualismo e vivemos na certeza de que “tudo é lícito entre quatro
paredes”. Praticamos o que for necessário para a conquista profissional ou
financeira, desde um “teste do sofá” até um “puxar de tapete”. Mal enxergamos
que basta apenas um vento para derrubar nosso castelo de cartas. Nossa vida
fica sempre por um fio. Deus para nós não está no céu, no Seu alto e sublime
trono, Ele se encontra facilmente na lista telefônica para resolver qualquer um
de nossos problemas. E assim vivemos, achando que somos Highlander, prontos a
viver a eternidade, quando somos simples borboletas, com alguns poucos dias de
vida.
E
assim é nossa vida. Não há meio termo, ou vivemos a história do filho pródigo
ou vivemos a história de João de Santo Cristo. Crer que há uma opção C é crer
em elefante que voa. Reflita sobre sua vida hoje, em qual história você se
encaixa? Lembre-se de que o pai do filho pródigo jamais o buscou, mas também
jamais o deserdou. Deus é assim. Ele já te deu a sua herança, lhe deu a vida,
lhe deu Cristo. Enquanto há fôlego de vida, há possibilidade de abraçar á Deus
e dizer “Pai, pequei contra o céu e diante de Ti.”; Recorde-se que em nosso
arrependimento Deus não perde Seu tempo apontando o dedo para nossos erros, Ele
abre Seus braços para nos abraçar com amor. Não seja uma música, seja uma
história bíblica.
“porque este
meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a
regozijar-se.”
Lucas 15:24