segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Reflexão sobre a vida

                Dois fatos marcaram esta última semana o mundo e o Brasil. No Brasil o morador de rua Francisco Lima foi morto por um bandido em frente á catedral da Sé em São Paulo enquanto tentava libertar a moça que o mesmo fazia refém. Interessante é ver que quem nada tinha a dar deu tudo, e os que tinham muito, nada deram. Claro, muitos dirão que era loucura enfrentar um bandido armado, mas é interessante pensar que milhares fizeram o que hoje o mundo sabe fazer de melhor, gravar as cenas no celular. É claro que muitos podem dizer que ele nada tinha a perder, mas será que a vida é algo tão sem importância?!
                Isto me leva a entender um pouco mais quando Cristo vê uma viúva dando 2 moedas: “e disse: Verdadeiramente, vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos.” (Lucas 21:3). Muitos se utilizam e se baseiam nesta passagem para apenas explicar a questão do dízimo e das ofertas na igreja – e aqui que fique muito esclarecido de que isto também é correto – porém se esquecem de analisar o profundo da mensagem de Cristo. A viúva deu tudo o que tinha não porque ela buscava bênçãos, não porque entendia perfeitamente a Lei das ofertas á Deus, mas porque, além de tudo, ela entendia o seu papel na vida.
                Assim foi Francisco, deu tudo o que tinha. Amou ao próximo como a si mesmo. Deu mais do que a outra face, andou mais do que a segunda milha, entregou mais do que a capa. “pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes;” (1 Coríntios 1:27).
                Enquanto muitos choram, se esperneiam e aplaudem freneticamente ídolos da música e da televisão, Francisco teve um velório como o esperado, com apenas seus familiares para chorarem e o aplaudirem. Assim estamos neste mundo, tendo nosso coração acelerado por aqueles que não nos dão nada.




                Do outro lado do mundo o menino Aylan Kardi, de 2 anos, jogou sabão aos olhos daqueles que fingem não ver o que muitos países passam. Sua morte, seu corpo escancarado numa praia mostra ao mundo o que é o mundo de verdade.
E na realidade vivemos mais como um comercial de cerveja, onde tudo é lindo, onde o bar é só com pessoas felizes, onde as mulheres parecem mais garotas de programa e os homens vivem a plenitude do macho. Porém, na realidade muitas famílias são destruídas pela bebida, muitas vidas são perdidas em portas de bar, muitos bares cheios vivem de verdade abarrotados de pessoas infelizes buscando suprir o vazio que há neles. Esse é nosso mundo.
                Aylan certamente não foi vestido por sua mãe para a morte. Certamente ela o vestiu tendo em seu coração que seu filho não vivesse mais aquela vida de guerra, talvez que fosse um médico! Certamente quando saíram de casa eles não esperavam que faltavam poucas horas para que tudo se acabasse. Certamente não conjeturaram os perigos da travessia do mar. Tudo o que eles buscavam era paz e uma esperança de vida. A pergunta a que muitos deveriam se colocar neste momento é: “O que eu faria se não fosse o menino Aylan, se fosse o meu filho ou neto ou sobrinho?”
                Muitos se perguntam onde estava Deus que permite que tudo isto aconteça. Onde está Deus que simplesmente abre as mãos para que assassinatos e guerras aconteçam. Assim fazemos pois somos como Adão, que quando questionado pelo próprio Deus o porque havia comido o fruto proibido disse: “Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi.” (Gênesis 3:12). Sim, jogamos nossas atitudes e decisões ao colo de Deus.
                A verdade é que o mundo se esquece dia a dia quem é Deus. Não O colocamos mais no meio de nossas decisões. Pais e mães hoje jogam seus filhos aos tablets, celulares e qualquer tipo de coisas. Mais uma vez fugimos da verdade ao dizermos a célebre frase: “eu preciso trabalhar pra dar o melhor ao meu filho.”; As necessidades existem sim, mas qual é o preço que estamos pagando?! Vagamos com nossos filhos, dia a dia, num bote no meio do mar. Esquecemos de lhes dar carinho. Esquecemos de lhes dar tempo. Esquecemos de orar por eles e com eles. Esquecemos de plantar neles a semente de Deus.



                Muitos se desviam de um caminho que nunca estiveram. Muitos decidem por si só tomar um rumo pra suas vidas, e então, lamentamos. E então, choramos á Deus e nos esquecemos de que nunca sequer mostramos aos nossos filhos o caminho da eternidade.
                Aylan mostrou ao mundo o que é o mundo de verdade. Um mundo onde a guerra tira diariamente a vida de milhares de crianças. Um mundo onde a distância de Deus provoca a proximidade de bombas e balas. Francisco mostrou ao Brasil o país que vivemos. Um país onde cobramos tanto do nosso governo, mas o nosso governo nada mais é do que a própria face da sociedade. Uma sociedade que visa apenas o bem próprio. E por fim, o assaltante nos mostra o que é uma vida sem pais presentes. Aqui uma constatação: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Provérbios 22:6). Ainda que se desvie dos caminhos de Deus, a semente está lá. Porém, como querer que Deus faça algo se tudo o que plantamos é que a vida é feita de celulares, tablets, brinquedos por ir bem na escola e vontades feitas além até mesmo do que os faraós do Egito. Sim, cada qual tem sua responsabilidade. Cada qual é dono exclusivo de suas decisões. Porém, cabe a nós, ensinarmos o caminho. E isto só é feito com presença.
                Sim, o mundo é grande demais e não conseguiremos acabar com todas as guerras sozinhos, mas unidos pela paz e pela honestidade conseguiremos mudar o mundo.

                E por fim. Enquanto mais longe de Deus ficamos, mais perto de outros Franciscos e Aylans estaremos. Não queira mudar o mundo, queira mudar você. 

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