"Sou como o pelicano no deserto, como a coruja das ruínas."
Salmos 102:6
A população do mundo ultrapassou a barreira dos 7 bilhões de habitantes. Multidões se acotovelam nos grandes centros urbanos, são formadas por uma massa sem rosto e sem identidade. As pessoas caminham anônimas, blindadas pela grossa máscara da solidão, até mesmo dentro das igrejas. A solidão é o vazio da alma. É sentir-se só no meio da multidão. É ser esquecido quando se espera ser amado. Há mulheres viúvas de maridos vivos, vivendo sozinhas, sem afeto e sem companheirismo. Há filhos abandonados pelos pais, mesmo morando debaixo do mesmo teto. Há idosos esquecidos pelos filhos, precisando de um beijo acalentador mesmo quando a família está reunida ao redor de uma mesa. Há pessoas curtindo a dor do luto, sentindo uma dolorosa saudade de quem partiu. Há muitos velhinhos abandonados nos asilos curtindo amarga solidão, assim como há muitos esquecidos nas prisões.
Gente precisa de Deus, mas gente também precisa de gente. Num mundo onde cada vez mais as distâncias se encurtam os relacionamentos cada vez ficam mais longínquos. Há solidão por quem busca solidão, mas também há solidão por quem lança os outros na solidão. Isso não é certo. Precisamos olhar melhor para quem está a nossa volta. Precisamos fugir desta densa trevas. Precisamos voltar a ter as relações mais firmes entre nós.
A relação com Deus é primordial e muito importante, mas não há relação com Deus se não há relação com o próximo. "Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê." (1 João 4:20).
Que tenhamos um relacionamento firme com Deus para que possamos ter relacionamentos firmes com as pessoas. Que tenhamos Deus em nosso coração para que possamos viver longe da solidão. Amemos as pessoas.
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