quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Quando a nossa sombra nos mostra quem somos

"Vi ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas dos que foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na mão dos opressores, sem que ninguém consolasse os oprimidos."
Eclesiastes 4:1

   John Donne, no século 17, escreveu o seguinte poema: "A morte de qualquer homem me diminui, pois estou envolvido com a humanidade. Consequentemente nunca perguntes: Para quem toca o sino?; é para ti que ele repica". Vivemos num mundo em que a violência se alastra e a vida é tratada com desprezo. Atualmente debatemos se o aborto é correto ou não, ou seja, estamos propensos a dizer sim para a violência á uma criança, um ser que apenas se difere de nós no sentido de não falar e não implorar que não lhe matem. Nossas ruas hoje são puros campos de sangue. Não há um dia onde não passemos sem descobrir tragédias. 
    E o que estamos fazendo para mudar isto? Nada! Ficamos alheios ás situações. Não nos dobramos em pranto. Não sentimos tristeza. Pelo contrário. Em certos casos até rimos da violência. Não enxergamos que os sinos da morte tocam para nós. 
    Nos tornamos canibais "civilizados". O homem se tornou lobo do próprio homem. Sendo racional, tornou-se pior do que os irracionais. Sendo a imagem de Deus, vestiu a pele do demônio, para maquinar o mal e praticar horrores indescritíveis. No mesmo século em que o homem alcançou o apogeu do progresso científico e tecnológico, desceu às profundezas de sua própria malignidade. Os horrores do holocausto são apenas sombra da prova de nossa própria crueldade. Seis milhões de judeus foram mortos como cães leprosos, massacrados nos paredões de fuzilamento, asfixiados nas câmaras de gás ou maltratados com escassez de pão nos desumanos campos de concentrações. Ainda hoje, as guerras étnicas e ideológicas dizimam milhares no mundo, com a participação criminosa de uns e a omissão covarde de outros. 
    A fuga do homem de Deus apenas mostrou e mostra a cada dia o quanto não temos nada de bonzinho. Somos nossa própria bactéria, nosso próprio fim. Vivemos nas trevas acreditando estar na luz. Longe de Deus nos tornamos monstros celerados. Celebramos a vida em cálices de sangue. 
    Enquanto o mundo se manter se afastando cada vez mais da luz de Jesus, crendo ser dono e deus de si mesmo, buscando a todo custo dizimar a ideia de que a vida é para se viver da forma como se satisfaz, nunca haverá menos sangue, menos violência, menos tragédia. E que Deus tenha misericórdia de nós!





Nenhum comentário:

Postar um comentário