quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Espelho, espelho meu!

            “Eu me amo. Eu me amo. Não posso mais viver sem mim.”; Este é o refrão da música “eu me amo”, da banda Ultraje a Rigor. Um grande sucesso dos anos 80. Outro sucesso muito conhecido é a história da Branca de Neve. A frase marcante neste história cabe á sua madrasta: “Espelho, espelho meu. Existe alguém mais bela do que eu?”; Podemos até achar tudo isso muito brega, ou antiquado, coisa do passado, simples músicas e histórias, mas isto é mais real hoje do que quando foi criado.
            É cada vez mais alucinante as propostas que o mundo nos traz sobre a nossa vida individual. Se antes pessoas casavam planejando família, filhos e a felicidade do cônjuge, hoje o único intuito de um casamento é a felicidade própria. Se antes a humanidade era mais solicita e altruísta, hoje é cada vez mais individual. Se antes tínhamos relacionamentos pessoais, hoje nossos relacionamentos mais se baseiam em redes sociais. E, se antes Deus era Deus, hoje, Deus é o homem.
            Se pararmos pra pensar e analisar profundamente nossas vidas, vamos chegar espantados á conclusão de que somos sim seres egoístas, individualista e que esperam apenas uma coisa do mundo, que ele faça nossos desejos. Basta observar, quantas amizades perdemos porque não soubemos amar e perdoar. Quantas filhos são dispensados nos fim de semana de casa de pai para casa de mãe, e visse versa, tudo porque, um dia, entendemos que deveríamos ser felizes. Basta olhar para o mundo e vermos como as ondas de roubos, assassinatos e tantas outras crueldades crescem vertiginosamente. É só pensarmos e então descobriremos de que no mundo profissional não buscamos o nosso sucesso, mas sim, o sucesso além do nosso conhecido.
            Isto é um fato do qual não podemos fugir. Avaliamos e encontramos 50 defeitos a serem mudados em uma pessoa em 1 minuto. Em nós?! Usamos 10 minutos para descobrir 5 coisas que devemos melhorar. E assim somos, carrascos com as pessoas e corujas com nós mesmos! As coisas que não dão certo em nossa vida naturalmente são por causa de outras pessoas. Se brigamos é porque o outro, com seu grande problema, causou. É, verdadeiramente nos amamos demais. Verdadeiramente não haveria espelho mágico que descobriria alguém mais egocêntrico do que nós mesmos. Buscamos ser o próprio Deus.
            Jesus nos conhece tão bem, que logo nos ensinou: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22:39, parte b). E então, será que ao menos amamos ao nosso próximo? Somos tão deuses para nós mesmos que quando lemos o que Paulo descreve sobre os frutos do Espírito Santo achamos que tudo se refere simplesmente de algo individual, apenas nosso, para conosco (leia Gálatas 5:22-23), quando na verdade tudo não passa daquilo que devemos ter para com o próximo.
            Devemos estar atentos. Quanto mais nos aproximamos da personalidade da madrasta da Branca de Neve, mais distantes de Deus ficamos. Deus jamais foi egocêntrico. Ainda que todas as coisas tenham sido criadas por Ele e para Ele (leia João 1:3 – Colossenses 1:16) ainda assim Ele não pensou em Si mesmo, amou a nós como a Si mesmo (leia João 3:16). Ainda que Deus não precisasse de nossos louvores e nossa adoração, ainda assim Ele nos fez e nos deu Seu amor para que tivéssemos o verdadeiro sentido do amor.
            Apenas os que praticam o amor, o perdão e a verdadeira comunhão com Deus é que podem ir além. A todos demais, a visão no espelho sempre será esquecida. Sempre será preciso que todos os dias, por amor a si mesmo, o espelho seja questionado. Deus não nos fez com este propósito. Ainda que todas as coisas tenham sido dadas a nós, Ele nos fez não para sermos donos, mas sim participantes.
            Hoje olhe sim no espelho, mas olhe para se questionar. Você está amando mesmo? Você está perdoando? Você está buscando á Deus como busca o ar que respira? Hoje seja um crítico, um crítico das suas posturas. Elas é que te afastam de Deus.

“pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.”

Tiago 1:24



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