terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Lavando as mãos

"Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou inocente do sangue deste [justo]; fique o caso convosco!"
Mateus 27:4

    A certa altura da prisão de Jesus Jerusalém estava fervilhando. Pilatos começava a se sentir complicado e sem ter noção ao certo do que fazer. Ele já havia sido avisado por sua mulher de que Jesus era justo, na contramão desta informação uma multidão, inspirada pelos religiosos da época, já gritava aos berros pela crucificação de Jesus. Neste ínterim Pilatos decidiu pela melhor das situações, decidiu lavar as mãos. Quando lemos ou vemos no cinema esta cena somos muito rápidos em condenar sua atitude. Mas Pilatos apenas nos mostra um pouco daquilo que somos com Jesus. Assim como ele, também lavamos nossas mãos. Algumas coisas são bem interessantes em observarmos. 
    Primeiro, Pilatos foi advertido por sua esposa de que Jesus era inocente (leia Mateus 27:19). Dia a dia somos advertidos sobre Jesus. Dia a dia lemos, ouvimos e recebemos o que Jesus é, para que Ele veio, o que Ele pode fazer e o que devemos fazer com o conhecimento sobre Jesus. Quem poderia hoje dizer que não sabe que só em Jesus há salvação? Quem hoje poderia dizer que desconhece o preço do pecado? Segundo, Pilatos interrogou Jesus, mas isto não o mudou. Muitas vezes até queremos buscar o evangelho, até vamos á igreja, mas nossas perguntas ficam quase sempre sem respostas de Deus. Não compreendemos que não são nossas perguntas que devem ser respondidas, mas sim que devemos viver por novos conhecimentos. Terceiro, Pilatos decidiu jogar a responsabilidade da crucificação de Jesus na escolha entre Cristo ou Barrabás. Muitas vezes lançamos a nossa conversão total ao cristianismo no colo de Deus. Ele que escolha, com sua grande sabedoria e poder, se seremos alvo de Sua graça ou não. Pouco compreendemos de que isto nós já temos, a decisão de aceitar ou não é nossa. Quarto, Pilatos se deixou levar pela multidão. Quantas vezes nosso coração decide viver com Jesus, buscar um relacionamento sério com Cristo, mas a multidão das coisas da vida, as paixões, o prazer pelas coisas que Deus condena e nossos grandes "amigos" berram aos nossos ouvidos nos fazendo desistir? Escolhemos a multidão ao invés de Jesus. Em quinto e último, finalmente Pilatos lava as mãos. Nós também lavamos nossas mãos. Lavamos nossas mãos não mais para Cristo, Ele não está condenado, mas mal conseguimos enxergar que estamos lavando as mãos para nós mesmos, para nossa salvação, para nossa eternidade. Cristo não está mais condenado, muito menos morto, Ele está vivo. Mas, ao deixarmos os conselhos que tanto ouvimos, ao dar ouvidos á multidão e ao querer nos manter amigos do mundo e das benesses de seus prazeres, estamos lavando as mãos para nós mesmos. 
    Jesus já foi crucificado, e não será novamente. O que faremos de tão grande salvação que nos é colocada? A decisão é nossa. Podemos lavar nossas mãos. Podemos sim viver esta vida tão maravilhosa, cheia de tantos prazeres, de tantos legalismos, de tantas justiças próprias ou podemos simplesmente decidir enfrentar a multidão e dizer: "Cristo é justo. Ele é Rei. Ele é Senhor". A decisão sempre estará em nossas mãos. A bacia está posta. O que você fará com ela?




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