terça-feira, 13 de dezembro de 2016

O muro está vazio

"pôs-se em pé à entrada do arraial e disse: Quem é do Senhor venha até mim. Então, se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi,"
Êxodo 32:26

    Quem não é por um lado, pode ser pelo outro lado, e quem não gostar de ambos, fica em cima do muro. O termo "ficar em cima do muro" é muito conhecido de todos nós. Ele se designa a quem não consegue fazer a escolha de qual lado ficar, é corriqueiro quando ás nossas vistas, razões, interpretações pessoais e sentimentos ambos os lados da moeda tem qualidades e defeitos tal que não nos fazem ver quem seja melhor. Gostamos de ambos os lados. É o tal do não ter partido. Em muitos casos é até mais interessante se sentir no muro, afinal, desta forma, pode-se aproveitar o que ambos os lados oferecem de melhor. 
    E assim também cremos ser com o cristianismo, com Jesus. Não precisamos radicalizar, ser um cristão profundo. Aprendemos com a vida e, infelizmente, com algumas igrejas de que devemos a tudo ser moderados, ter o equilíbrio. Estranho esta linha de raciocínio quando a própria base do cristianismo, a bíblia, o livro sagrado de Deus, onde consiste tudo o que um cristão precisa para ser um cristão verdadeiro, ter sérias recomendações e deixar bem claro este tema; "Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. [...]" (1 João 2:15); "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. [...]" (Mateus 6:24); e foi o próprio Jesus quem disse: "Quem não é por mim é contra mim; [...]" (Lucas 11:23); 
    Então, por que teimamos em acreditar de que o cristianismo que Cristo nos ensinou e deixou gravado na bíblia é passageiro? O que nos faz crer de que podemos estar no muro e viver o melhor dos prazeres desta terra e ainda assim ter comunhão com Deus? A resposta que parece difícil ganha corpo ao entendermos um princípio bem básico. No cristianismo o muro está vazio. Falar ou pensar nesta hipótese é apenas um simples refrescante medicinal, um gelol, que passamos em nossa alma para continuar vivendo onde realmente queremos viver, do outro lado do muro de Jesus. 
    No Êxodo o povo havia acabado de ver grandes maravilhas de Deus e estava liberto. Moisés ficou 40 dias com Deus no monte e estava com os 10 mandamentos em suas mãos. Então o povo fez uma festa com um bezerro de ouro. Chegando, Moisés quebrou as tábuas da Lei e então fez algo. Ele passou uma risca no chão e disse: "[...]Quem é do Senhor venha até mim.[...]" (Êxodo 32:26); A verdade da história? Muitos queriam mesmo era viver com Deus fazendo milagre e aceitando suas festas e orgias. Não havia sacrifício real pela comunhão com Deus. Muitos queriam mesmo era o Supermercado Jeová, onde todos os dias lhes supria em sua fome, apenas isto. Nada de sacrifícios. Todas as Leis de Deus eram muito pesadas, mas as cobranças do mundo pelos prazeres são muito suaves. E onde estava o muro?! O muro nunca existiu, apenas um risco no chão denunciava. 
    Todos os dias escolhemos de qual lado daquela risca no chão vamos viver. Não há muro. O que há são escolhas pessoais. O que há é a escolha se queremos a santidade de Deus ou a festa do mundo. Se podemos deixar para Deus escolher por nós? Esqueça essa hipótese. Deus jamais fará isso por nós. O muro está vazio, e assim está pois a escolha é feita sempre, até mesmo quando somos indecisos já tomamos a decisão.



Nenhum comentário:

Postar um comentário